Uma conquista astronômica

17 de dezembro de 2018

Alunas do Pioneiro são premiadas em concurso nacional de astronomia

As alunas Julia Kobayashi e Giulia Tartuci Ferrari foram premiadas na última semana com o segundo lugar no Concurso de Astronomia para Estudantes, uma competição nacional que destaca os estudantes brasileiros com as melhores propostas de escolha de objetos astronômicos, do ponto de vista científico e visual, para serem fotografados digitalmente pelo Telescópio SOAR.

Nossas alunas escolheram a Nebulosa do Caranguejo, também conhecida como Messier 1, NGC 1952, Taurus A, atendendo às determinações do concurso, entre elas a de não pertencer ao Sistema Solar.  Este concurso é coordenado pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), que é uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) com sede em Itajubá, MG.

A argumentação para justificar a escolha do objeto (texto abaixo) foi fundamental para que conquistassem o prêmio. Parabenizamos a alunas por mais essa conquista e às professoras Dalva Seiko Suyama Conde, de matemática, e Débora Amorim Radanovitsck, de redação, pelo incentivo e participação ativa no processo.

“O excelente desempenho de nossos alunos revela o bom preparo e a importância que a escola dá a competições que estimulam a busca pelo conhecimento científico”, afirma Dalva Seiko Suyama Conde, professora de matemática do Pio. Os alunos do Pioneiro já acumularam, ao longo da história, mais de 500 medalhas em olimpíadas nacionais e também em eventos internacionais de conhecimento científico. Segue o texto de nossas alunas.

 

Brilho Peculiar

A nebulosa de Caranguejo, objeto escolhido por nossas alunas

Às vezes pensamos no infinito olhando para o céu estrelado à noite, imaginando uma viagem sobre os astros do universo. Será que a coisa mais bonita do universo é o universo?

O Universo é tudo o que existe fisicamente, a soma do espaço e do tempo e as mais variadas formas de matéria, como planetas, estrelas, galáxias e os componentes do espaço intergaláctico, como algumas nebulosas, que muitos julgam sem importância, mas se fôssemos analisar mais a fundo, descobriremos coisas fascinantes sobre elas.

Uma das nebulosas mais surpreendentes que temos é a Nebulosa do Caranguejo, também conhecida como Messier 1, NGC 1952, Taurus A, foi o primeiro objeto astronômico descoberto associado a uma explosão de supernova. Esse fenômeno é caracterizado por uma explosão muito brilhante, e é um evento astronômico que ocorre durante os estágios finais da evolução de algumas estrelas.

A Nebulosa do Caranguejo recebeu esse nome devido a um esboço feito por William Parsons, em 1884, que se refere ao objeto como semelhante ao animal.

No centro dessa nebulosa, há duas estrelas pálidas, uma das quais é a estrela responsável pela existência da nebulosa. A estrela foi identificada em 1942, quando Rudolf Minkowski descobriu que seu espectro óptico era extremamente incomum. Também foi descoberto que a região ao redor da estrela é uma intensa fonte de ondas de rádio e de raios-X e a estrela era o objeto mais brilhante do céu em raios gama em 1967.

Esse brilho peculiar se tornou foco de muita atenção dos astrônomos, mas o aspecto que mais os intrigou foi que até hoje não se sabe exatamente a sua distância da Terra, que foi pela última vez calculada como 6.523 anos-luz, pois fotografias tomadas ao longo de vários anos revelam a lenta expansão da nebulosa.

Certos aspectos que nos influenciaram a escolher essa incrível nebulosa podem também convencer a equipe do Telescópio SOAR a observá-la, considerando que essa nebulosa apresenta leves mudanças anuais, seria válido fotografá-la para estudarmos e avaliarmos sua expansão, e talvez descobrir novos fenômenos e eventos espaciais que podem influenciar nossa ciência astronômica e até mesmo nossa vida na Terra.

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