Empreender para crescer

13 de novembro de 2019

Neste mês, pela primeira vez os alunos dos 4ºs, 5ºs, 6ºs e 9ºs anos apresentaram juntos seus projetos de empreendedorismo e cultura maker em um evento exclusivo. O objetivo foi proporcionar uma chance de a comunidade do Centro Educacional Pioneiro conhecer o trabalho dos alunos nessa área, e de os estudantes poderem divulgar seus trabalhos.

Veja as fotos do evento do dia 9 de novembro aqui.

Eles se dividiram nos espaços da quadra coberta (4ºs anos), entrada/cantina (5ºs e 6ºs anos) e refeitório (9ºs anos).

Aprender a Empreender
Neste terceiro ano de projeto Aprender a Empreender, os 4ºs anos criaram produtos a partir do tema “Transformações”, nas aulas de Ciências.

Cada sala criou sua própria startup e seu produto diferenciado, e dividiu-se em departamentos, que ficaram responsáveis por alguma etapa de produção – criação, embalagem, slogan, custos, comunicação etc. Todas as empresas levaram em conta a sustentabilidade e o baixo custo para pensarem em novas soluções para o dia a dia.

A Ecológico, do 4º A, criou o SabãoBão a partir do óleo de cozinha usado, cuja embalagem serve de porta-sabão. Já o Pioinova, do 4º D, pensou no SimpleCel, um porta celular que serve para protegê-lo em todos os momentos, até mesmo quando você vai carregá-lo em uma tomada perto do chão, por exemplo.

O 4º C criou a EcoMundo, que trouxe a Econforto, uma almofada com enchimento de papel e capa de plástico de guarda-chuva, que pode ser utilizada até mesmo por pets. E a Prapel, do 4º B, levou brindes feitos de papel reciclado, como o Daruma, que depois podem ser plantados.

Para Fernanda Kamiyama Vilhena, mãe do Heitor, do 4º A, o projeto de Empreendedorismo é muito importante. “O trabalho superou nossa expectativa. Acho super importante desenvolver essa visão empreendedora. Não sabemos como vai ser o futuro, é tudo diferente do que aprendemos. Queremos escolas que ampliem o mundo, que mostrem as oportunidades”, comentou.

Todas as turmas foram avaliadas por uma banca de profissionais que atuam em diversas áreas no mercado, e eles deram conselhos e elogiaram os projetos. Veja a opinião deles sobre os trabalhos desenvolvidos pelos alunos do Pioneiro:

Roseli Lopes
A professora livre-docente do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da POLI-USP, líder do Grupo de Pesquisa em Meios Eletrônicos Interativos e uma das coordenadoras do InovaLab@POLI, disse que as habilidades praticadas no projeto são muito importantes. “Na universidade sentimos falta desse desenvolvimento nos jovens, de saber trabalhar em equipe, saber se apresentar, saber pensar nos vários aspectos. Para o aluno de engenharia, não adianta só se desenvolver na parte técnica se ele não conseguir identificar os problemas, os aspectos sociais e ambientais”, falou a professora.

Roseli Lopes é professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

Marcos Gonçalves
Para o fotógrafo e desenvolvedor de produtos, que atua na área automobilística há mais de 20 anos para a Mercedes-Benz do Brasil, dois pontos fortes do projeto são o trabalho em equipe e as apresentações. “O trabalho em grupo fortalece muito as crianças a entenderem que as decisões devem ser tomadas em conjunto”, explica. “Outro ponto que acho legal é fazer crianças dessa idade enfrentarem um público desse tamanho, em cima do palco. Colocar a criança em contato com outras pessoas que não fazem parte do dia a dia e fazer com que elas defendam uma ideia agrega muito para a vida. Chegar na vida adulta já tendo esse jogo de cintura agiliza muito as coisas.”

Marcos Gonçalves trabalha na Mercedes-Benz do Brasil

Caio Ferrara
Gerente global da linha Ekos, da Natura, Caio acredita que uma educação de base com olhar empreendedor traz valores do século XXI. “Mais que um olhar técnico, é uma atitude”, disse. “Formar pessoas com esse pensamento voltado para as soft skills, essa atitude de pensar em quem vai consumir, como vai consumir, essa relação de grupo, independentemente se você vai ser um empresário ou não, isso muda o país.”

Caio Ferrara é gerente global da Natura Ekos

Fábio Zsigmond
“Ouvindo as crianças se apresentarem, percebemos que elas aprendem muito de áreas do conhecimento que ficam fora do currículo. Pensando nas competências para a vida, é fundamental saber empreender, que no fundo é trazer as ideias para a realidade. Acho incrível”, comentou o bacharel em administração de empresas pela FGV e co-fundador do MundoMaker (espaço de aprendizagem mão na massa em que crianças, jovens e adultos aprendem programação, mecânica, robótica, meditação, colaboração e trabalho em equipe – sempre baseado na educação integral e na Aprendizagem Criativa).

Fábio Zsigmond é co-fundador do MundoMaker

Benjamin Teng Lin
O engenheiro mecatrônico pela POLI-USP, sócio-fundador da STEMblox, startup de jogos educacionais de realidade mista, disse que os jovens ganham muito com esse tipo de experiência ao começarem cedo. “Tudo isso abre a mente deles”, explica. “Eles são bem novos, mas o incrível é ver o que eles conseguem fazer. Eles apresentaram muito bem, fiquei impressionado. Eu me inspiro neles em ser mais claro, do jeito que eles são.”

Benjamin Teng Lin é sócio-fundador da STEMblox

Rejane Leatrice de Marco
A coordenadora e consultora Estadual do Sebrae SP da Unidade Cultura Empreendedora, e gestora do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios e do prêmio Sebrae de Educação Empreendedora, acredita que “ter noção de quanto custa um produto e o quanto eu posso reutilizá-lo é uma preocupação que você começa no micro e vai para o macro. Eles no 4º ano tendo esse pensamento, quando chegarem na vida adulta conseguirão ser seres humanos melhores do que hoje já são”. E acrescenta que “a criançada está de parabéns! Cada trabalho apresentado aqui foi uma realização, dá para ver o brilho nos olhos deles por terem conseguido se apresentar. E eles se colocaram perante o público muitas vezes até mais adequadamente do que um adulto conseguiria quando vai fazer um pitch de negócio.”

Rejane Leatrice de Marco é coordenadora e consultora Estadual do Sebrae SP da Unidade Cultura Empreendedora

Continuações, Iniciação Científica e Projetos Maker
Durante o evento, os alunos dos 5ºs e 6ºs anos exibiram o trabalho das startups criadas em 2017 e 2018. Eles ficaram à disposição para mostrar as melhorias dos produtos, estratégias de vendas, fluxo de caixa e planos futuros desenvolvidos pelas equipes da PioComposta, Adushow, PioHappy e DiverPio.

Já os participantes do Programa de Iniciação Científica do Pio II exibiram os trabalhos desenvolvidos durante o ano, que foram protótipos e dados coletados durante as atividades relacionadas à formação científica do aluno. Foram quatro projetos: vermicompostagem, hidroponia, estufas e bricolagem.

Enquanto isso, no refeitório, os alunos dos 9ºs anos falaram dos Projetos Maker relacionados a problemas do cotidiano, desenvolvidos nas aulas de Ciências e apresentados no Congresso ICLOC Jovem em Outubro. As oito equipes expuseram as etapas de desenvolvimento da proposta, protótipo e comentaram sobre dificuldades, realizações e incompletudes.

Projeto social
O evento também abriu as portas para o Projeto Social Kabuto Kriativos, que ensina karatê para jovens de uma comunidade da Zona Sul de São Paulo. Eles puderam divulgar seu trabalho, contar a sua história, e venderam brinquedos produzidos por eles mesmos.

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