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Design Thinking e Ética Digital: construindo relações e soluções

30 de junho de 2016

Pioneiro usa Design Thinking em uma nova etapa do projeto de Internet Segura

Débora Sebriam – Tecnologia Educacional

A evolução da tecnologia proporcionou múltiplos espaços de aprendizagem. A nossa relação com o conhecimento, o lazer, as relações humanas e com o ócio foi amplificada e diversificada em virtude dos meios digitais.

Uma questão atual e complexa diz respeito a segurança e a privacidade na internet. Em tempos de redes sociais digitais o comportamento e as noções de intimidade mudaram em todas as faixas etárias. O que antes era reservado para espaços, momentos e pessoas específicas, agora é escancarado para todos, conhecidos e desconhecidos.

O Pioneiro entende que essas questões podem e devem ser tratadas na escola e em parceria com as famílias, por isso, desde 2011 realiza o projeto Ética e Cidadania Digital: escolas interativas e famílias participativas, coordenado pela Professora Débora Sebriam do setor de Tecnologia Educacional.

Já foram realizados diversos debates e palestras ao longo desses anos, do ensino fundamental ao ensino médio. O nosso desafio continua o mesmo, como podemos navegar com segurança na internet? Esse ano decidimos usar uma abordagem diferenciada com nossos alunos e escolhemos começar com as series finais do Ensino Fundamental I (4º e 5º anos).

Design Thinking

Para responder ao nosso desafio adotamos a abordagem do Design Thinking para um encontro de co-criação que visou encorajar as crianças a transformarem suas realidades, estimulando o protagonismo, a empatia, a criatividade e o trabalho em equipe.

O Design Thinking é uma abordagem de resolução de problemas centrado na pessoa baseado em processos intencionais colaborativos para se chegar ao novo. É aplicado levando-se em conta três fases: empatia, colaboração e experimentação. Normalmente um encontro tem a duração de 6h a 8h. Na escola não temos todo esse tempo, e portanto, adaptamos. Cada grupo de alunos teve 2h para vivenciar alguns pontos da abordagem.

Usamos o mapa da empatia para construir a persona, ou seja, uma representação do público alvo que será representado. Esse mapa é uma ferramenta que nos ajuda a imaginar esse personagem representado pela Persona e enfoca os sentidos, as dores, as tensões, as motivações e anseios.

Etapas e dinâmica do encontro

Iniciamos o nosso encontro mapeando os hábitos de navegação na internet dos grupos de alunos e sua relação com ações e atividades do dia-a-dia. Essa matriz foi adaptada baseada nos indicadores da pesquisa TIC kids Online realizada pelo Nic.br/Cetic.

DT-1

Após, para nos ajudar a responder o nosso desafio “como podemos navegar com segurança na internet?“, construímos o nosso mapa da empatia. Esse personagem deveria representar as características físicas e psicológicas da faixa etária dos alunos participantes da oficina para estimular açDT 3ões positivas. O nosso mapa da empatia foi adaptado no material Design Thinking para Educadores.

Para finalizar, fizemos uma etapa de ideação para definir com eles quais ações seriam importantes para que naveguem seguros considerando os hábitos de navegação mapeados em cada grupo e as características presentes nas “personas” representadas.

Todos os grupos fizeram uma pequena apresentação no final do encontro para compartilhar as suas ideias e como construíram esses conceitos. Veja algumas delas:

  • Não combinar de se encontrar com estranhos
  • Não publicar seu endereço
  • Não escrever comentários maldosos
  • Não postar fotos íntimas
  • Cuidado com a deep web (4º ano)
  • Não acredite em informações de pessoas desconhecidas
  • Perguntar para os pais quando tiver dúvidas

Desafios: tensões, aprendizados e constatações

Os desafios começaram a surgir em relação a organização dos grupos, acabamos arriscando muito e formando grupos considerados enormes para o uso da abordagem, com turmas que variaram de 24 (aceitável) a 63 alunos. Precisamente, trabalhamos com um grupo de 63 alunos, um grupo de 49 alunos, um grupo de 37 alunos, e finalmente, um grupo de 24 alunos. Todas as professoras de sala de aula se envolveram na mediação do encontro.

DT 4

Também sabemos que usamos pequenos recortes da abordagem do Design Thinking, que pode não ser ideal, mas gerou parâmetros muito interessantes e proporcionou momentos de trabalho intenso entre os alunos. Pudemos observar envolvimento, colaboração, cumplicidade, debate e organização durante as 2h de encontro. Confesso que foi uma feliz surpresa. Os alunos também disseram ter adorado esse jeito diferente de estudar e aprender e sugeriram que seja usada mais vezes em outras temáticas.

 Depoimentos das professoras titulares

Foi muito interessante a oficina pra trabalharmos o projeto de internet segura. Muito mais produtivo do que só você falar mostrando vídeos. Os alunos se empenharam e realizaram o projeto com entusiasmo e sociabilizaram bem na realização do projeto.
Regina Garcia – 5ºA

 A ideia em proporcionar para os alunos uma vivência do Design Thinking foi muito bacana. Os alunos puderam demonstrar seus sentimentos, seus medos e desejos. Foi um momento diferente e gostoso para todos, onde os alunos puderam mostrar seus hábitos com a internet no seu dia-a-dia. Meus alunos estavam bastante motivados e a participação de todos foi total em todas as etapas. Eles adoraram a dinâmica da aula e esperam ter outros momentos como esse em outros temas curriculares.
Sonia Reigado – 4ºC

O Projeto é muito importante, principalmente nos dias de hoje. E como se trata de um tema um pouco complexo para ser tratado com crianças com a idade de nossos alunos, acho que você foi muito feliz em aplicar a abordagem design thinking. Os alunos gostaram bastante e se sentiram muito importantes de estarem participando desse tipo de trabalho. Percebi alguns comentários entre eles sobre o uso de alguns recursos da Internet e notei que a atividade veio esclarecer as dúvidas que tinham antes. Acho que seria muito bom se pudéssemos repetir o mesmo recurso com outros temas, com certeza as crianças aproveitariam bastante e de forma lúdica estariam lidando com assuntos complexos de forma simples e envolventes.
Rosália Motta – 4ºB

Os alunos gostaram muito, o que foi percebido na execução das atividades por estarem totalmente envolvidos. Passando pelos grupos, percebi que os que mais sabiam, ensinavam pacientemente os colegas. No momento das apresentações, podíamos ouvir ainda alguns comentários que concordavam com os alunos que estavam expondo o trabalho. Como sou leiga na maioria dos programas (ou aplicativos), eles tiveram tiveram o maior prazer e entusiasmo em me  ensinar nos dias que se seguiram. Pareceu-me a “sala de aula invertida”, onde eles acabaram dando a aula ao invés de apenas assistir.
Patrícia Menezes – 5ºB

Confira algumas fotos das oficinas

 Coordenação, planejamento e mediação: Débora Sebriam (Tecnologia Educacional)
Mediação:  Lúcia Morais (4A), Rosália Motta (4B), Sonia Reigado (4C), Marcília Kawata (4D), Meire Pereira (4E), Regina Garcia (5A), Patrícia Menezes (5B) e Simone Barbosa (5C)

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