Chegou o inverno!

16 de agosto de 2017

Jéssica Teixeira Ferreira Leite – 9º ano C

E chegou junho, o mês do inverno de sol frio, de cobertores e festas juninas.

O tão esperado inverno, que também é sinônimo de pouco rolê e muita TV, pouca disposição e muita gula, pouco dia e muita noite.

Inverno é chocolate quente feito com aquele achocolatado que você nem sabe se ainda tá bom, é cobertor quentinho com um aconchegante cheiro de mofo, é batom bonito para esconder os lábios rachados. Inverno é preguiça de lavar a louça e botas de cano alto, daquelas bem difíceis de calçar.

Ah, como é belo o inverno. Aqueles bonecos de neve que são feitos de humanos e muita roupa. Que lindo!

Os velhinhos tremem pela rua reclamando do frio com qualquer um que passa. Os jovens se queixam que querem sair, mas quando saem, lamentam ter deixado o Netflix e a cama quentinha.

O melhor programa do inverno é sentar no sofá com o macio cobertor fedido tentando achar algo para ver nos milhões de programas sem graça da televisão. E não podemos esquecer do chocolate quente com aquela nata deliciosa por cima.

E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês pegam tudo quanto é alergia, os adolescentes não saem da cama. Os pais têm o agradável dever de tirar os filhos da cama às 6h da manhã e depois ir trabalhar em um lugar fechado cheio de gente tossindo, onde também é fácil identificar quem não anda tomando banho.

Depois do banho sofrido, no qual você é torturado pela baixa temperatura, tem aquela sopa maravilhosa no jantar que nem quente direito fica e você ainda termina o dia debaixo dos cobertores com cheiro de mofo esperando que o dia seguinte seja mais quente, o que você sabe que não vai acontecer.

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Descrição da atividade

Nessa proposta da Oficina Literária, os alunos deveriam criar uma crônica cujo título fosse “Chegou o inverno”, feita nos moldes da crônica de Veríssimo “Chegou o verão!”.

Chegou o verão!

E chegou janeiro, o mês do verão ensolarado, de praias e do descanso!

O tão esperado verão, que também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose.

Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca. Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis.

Mas o principal ponto do verão, não poderia deixar de ser…. a praia!

Ah, como é bela a praia. Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção.

Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça de várias idosas. Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas.

O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando. Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias. Em menos de cinquenta minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia. E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem. As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do chinelo. Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como perfurar o poço pra fincar o cabo do guarda-sol. É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em pé. Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar! Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo. Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva.

Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem aquela vontade de fritar na chapa. A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha. Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!!! Mas, claro, tudo tem seu lado bom. E à noite o sol vai embora. Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo. O shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada. As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece. Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas. O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família. Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical.

Qualquer semelhança com a vida real é uma mera coincidência…

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