A Carta

2 de março de 2016

Daniel Noda Sanches Gonçalves – 9A – 2016

Assim que recebeu a carta, dirigiu-se à janela em busca de claridade. Há muito esperava por notícias suas, porém sabia que naqueles tempos quando chegava alguma poderia não ser boa. Pelo lacre de cera, a carta só poderia ser do exército, então Julieta já esperava o pior, as lágrimas da dona de casa já corriam por sua face e desciam até o pescoço. Porém, logo ela se lembrou de que esposas de soldados mortos recebem uma pensão: o que seria de grande ajuda já que a família estava pesadamente endividada. A tristeza não sumiu, mas diminuiu em seu coração.

No entanto, ao abrir o envelope e começar a ler as primeiras linhas, o conteúdo lhe pareceu estranho para dizer a respeito de um homem morto em combate, mas logo a conclusão caiu como uma bomba: seu marido fora condenado à pena capital por desertar.

A cadeia explosiva de consequências que tal fato causara fez com que Julieta chorasse ainda mais, pois não iria receber a pensão pela morte de um desertor. Agora a dona de casa estava falida e sozinha, se ao menos ela soubesse que Cláudio fugiu para tentar revê-la.

___
Descrição da atividade

saudadeNesta atividade, promovida em uma das aulas de Oficina Literária, os alunos deveriam observar a tela “Saudade” do pintor brasileiro José Ferraz de Almeida Jr. e imaginar o conteúdo da carta que está sendo lida pela moça. Em seguida, deveriam construir uma narrativa cujo início fosse: “Assim que recebeu a carta, dirigiu-se à janela em busca de claridade. Há muito esperava por notícias suas”.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn