São Paulo sob um novo ponto de vista

14 de agosto de 2017

A São Paulo do início do século passado ainda pulsa em vilas e construções antigas. Em parceria com os alunos do 1° ano do EM, os professores do Pioneiro, Renato Luginick,  Carolina Vendramini, José Carlos Hiakuna, Jorge Barbour, Kenia Amorim, Braian Sanches e Lucimary Grandisoli, visitaram espaços históricos para observar as lembranças do uso do espaço e a evolução para a cidade que temos hoje. Acompanhe as imagens e os relatos do trabalho de campo à Vila Itororó, ao Centro de São Paulo e à Zona Leste.

centrosp2017Centro: Em nossas primeiras saídas a campo os alunos buscam responder a seguinte questão: “Como São Paulo se organiza para viver? Nada melhor do que conhecermos melhor nossa própria cidade, certo? Antes de sair, porém, os grupos recebem “encomendas”: saem em busca de dados sobre a poluição sonora, refletem sobre os grafites e as pichações… Nessa saída, rumo ao Centro, embarcamos na estação Santa Cruz do metrô em direção à Praça da Sé. Os alunos fizeram entrevistas, visitaram a Catedral e o Marco Zero. No Largo São Francisco, entramos na faculdade e comparamos a suntuosa Catedral da Sé com o belíssimo Santuário e Convento São Francisco. De lá andamos pelas ruas do Centro Histórico: Benjamin Constant, José Bonifácio, Senador Feijó, ainda refletindo sobre o que acabamos de ver. A garoa, eternizada, chegou de leve no Pátio do Colégio; de onde pudemos ver a Várzea do Tamanduateí e parte da Zona Leste. A cidade que nasceu com um colégio jesuítico, ainda guarda, entre vidros modernos, uma parte da primeira parede erguida de pau a pique em 1554: a primeira parede de São Paulo. Continuamos pelo Solar da Marquesa, Beco do Pinto e Casa nº 1. Ao descer a Ladeira General Carneiro, a paisagem começou a se transformar; relembramos os imigrantes da nossa história ao passar pela rua 25 de Março em direção ao Mercado Municipal. Após merecido almoço no Mercadão, seguimos para a Vila Inglesa, que abrigou os engenheiros da extinta São Paulo Railway e hoje conserva arquitetura comum na Inglaterra e bem diferente da que costumamos ver. Continuamos pela Passarela das Noivas, vendo a Estação da Luz sob o trânsito incessante da Pauliceia. No metrô, voltando após esse intenso dia, levamos um vasto material na memória. No cansaço aparente, entretanto, repousa a lembrança de um dia inesquecível.

Vila Itororó: A visita permitiu aos alunos ter noções de preservação e restauro, conhecer técnicas de construção evila itororo 2017 estilos arquitetônicos e, sobretudo, entender a relação do paulistano com o espaço naquela época. A observação nos permitiu, também, repensar a dinâmica da cidade e de seus habitantes, compreender o impacto do crescimento demográfico e espacial no uso do espaço e na vida dos moradores. A Vila representa uma São Paulo de outra época, congelada no tempo, mas com o uso transformado pelos cidadãos. Essa mudança, pautada sempre pela contemporaneidade, faz a vila manter características muito particulares: ao mesmo tempo que é um espaço de resistência da memória, lutando por sua permanência estética de outra época, pretende também incorporar-se à paisagem, seja por meio  de um espaço cultural ou patrimonial. Em resumo, exercitamos a imaginação ao conhecer sua e percorrer seus espaços, em contato com os usos e desusos da cidade.

Zona Leste: Os alunos partiram do Pioneiro com o propósito de realizar um estudo na região mais populosa da cidade. Partiram da linha vermelha, meio de transporte escolhido por proporcionar a observação de diversos pontos da cidade e pararam na Estação Pedro II e na Estação Brás, para conhecer fragmentos do processo de urbanização da cidade, sua expansão vertical e horizontal, os fluxos de transportes de massa, os diversos níveis de sons. Na estação Corinthians-Itaquera puderam ter noção das características sociais e econômicas e as dimensões espaciais que organizaram e organizam esta parte da periferia da cidade. No transcorrer deste trajeto, diversas paisagens se sucederam  e um pouco da história da cidade foi se revelando. A visita a uma vila operária construída pela indústria Matarazzo para abrigar os funcionários, próximo à estação Belém, deu pistas do processo de industrialização aplicado em São Paulo e do crescimento populacional da cidade. Nesta ocasião, os alunos puderam entrevistar antigos moradores e visitar o interior de uma das residências. Toda a observação serviu param ajudá-los a responder: Como São Paulo se organiza para viver?

A visita de campo faz parte de um projeto chamado Trabalho Coletivo, que desenvolve nos jovens a habilidade de trabalhar em grupo e compor o conhecimento a partir de diversas fontes. Seguem as fotos da visita à Vila Itororóao Centro e à Zona Leste.

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